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286 - Cap. 23 - Moral estranha. Itens 9, 10, 11 e 12 - Não vim trazer a paz, mas a divisão.


NÃO VIM TRAZER A PAZ, MAS A DIVISÃO

9. Não penseis que eu vim trazer a paz sobre a Terra; eu não vim trazer a paz, mas a espada; porque eu vim separar o homem de seu pai, a filha de sua mãe e a nora de sua sogra; e o homem terá por inimigos os de sua casa. (São Mateus, cap. X, v. 34, 35, 36).

10. Eu vim lançar o fogo sobre a Terra; e que desejo senão que ele se acenda? Eu devo ser batizado com um batismo, e quanto me sinto apressado que se cumpra!

Credes que eu vim trazer a paz sobre a Terra? Não, eu vos asseguro, mas, ao contrário, a divisão; porque de hoje em diante, se se encontram cinco pessoas numa casa, elas estarão divididas umas contra as outras; três contra duas, e duas contra três. O pai estará em divisão com seu filho, e o filho com seu pai; a mãe com a filha, e a filha com a mãe; a sogra com a nora, e a nora com a sogra. (São Lucas, cap. XII, v. de 49 a 53).

11. Foi Jesus, a personificação da doçura e da bondade, ele que não cessou de pregar o amor ao próximo, quem pôde dizer: Eu não vim trazer a paz, mas a espada; eu vim separar o filho do pai, o esposo da esposa; eu vim lançar o fogo sobre a Terra, e tenho pressa que ele se

acenda? Essas palavras não estão em contradição flagrante com o seu ensinamento? Não há blasfêmia em lhe atribuir a linguagem de um conquistador sanguinário e devastador? Não, não há nem blasfêmia nem contradição nessas palavras, porque foi ele mesmo quem as pronunciou, e elas testemunham a sua alta sabedoria; somente a forma, um pouco equívoca, não exprime exatamente o seu pensamento, o que fez com que se desprezasse seu sentido verdadeiro; tomadas ao pé da letra, tenderiam a transformar a sua missão, toda pacífica, numa missão de perturbações e de discórdias, conseqüência absurda que o bom senso faz afastar, porque Jesus não poderia se contradizer. (Cap. XIV, nº 6).

12. Toda idéia nova encontra forçosamente oposição, e não há uma única que tenha se estabelecido sem lutas; ora, em semelhante caso, a resistência está sempre em razão da importância dos resultados previstos, porque quanto mais é grande, mais fere interesses. Se é notoriamente falsa, se julgada sem conseqüência, ninguém com ela se preocupa e deixam-na passar, sabendo que não tem vitalidade. Mas se é verdadeira, se repousa sobre uma base sólida, se se entrevê futuro para ela, um secreto pressentimento adverte seus antagonistas de que é um perigo para eles, e para a ordem das coisas em cuja manutenção estão interessados; por isso, caem sobre ela e seus partidários.

A medida da importância e dos resultados de uma idéia nova se encontra, assim, na emoção que causa em seu aparecimento, na violência da oposição que levanta, e no grau e persistência da cólera dos seus adversários.

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