207 - Cap. 28, item 3, subitem 5: Perdoa as nossas dívidas, como perdoamos aos que nos devem. Perdoa
V. Perdoa as nossas dívidas, como perdoamos aos que nos devem. Perdoa as nossas ofensas, como perdoamos aos que nos ofenderam.
Cada uma das nossas infrações às Tuas leis, Senhor, é uma ofensa que Te fazemos e uma dívida que contraímos e que cedo ou tarde teremos de saldar. Rogamos que nos perdoe essas faltas pela Tua infinita misericórdia, sob a promessa, que Te fazemos, de empregarmos os maiores esforços para não contrair outras.
Tu nos impuseste a caridade por lei expressa; mas, a caridade não consiste apenas em assistirmos os nossos semelhantes em suas necessidades; também consiste no esquecimento e no perdão das ofensas. Com que direito reclamaríamos a Tua indulgência, se dela não usássemos para com aqueles que nos têm dado motivo de queixa? Concede-nos forças, ó meu Deus, para apagar de nossa alma todo ressentimento, todo ódio e todo rancor. Faça que a morte não surpreenda a nós guardando no coração desejos de vingança. Se Te agradar nos tirar hoje mesmo deste mundo, faça que nos possamos apresentar diante de Ti puros de toda animosidade, a exemplo do Cristo, cujos últimos pensamentos foram em prol dos seus algozes. (Cap. X)
As perseguições que os maus nos infligem fazem parte das nossas provas terrenas. Por isso, devemos recebê-las sem nos queixarmos, como todas as outras provas, e não maldizer dos que, por suas maldades, nos rasgam o caminho da felicidade eterna, visto que nos disseste por intermédio de Jesus “Bem-aventurados os que sofrem pela justiça!”. Bendigamos a mão que nos fere e humilha, uma vez que as mortificações do corpo nos fortificam a alma e que seremos exaltados por efeito da nossa humildade (Cap. XII, nº 4). Bendito seja Teu nome, Senhor, por nos teres ensinado que nossa sorte não está irrevogavelmente fixada depois da morte; que encontraremos, em outras existências, os meios de resgatar e de reparar nossas culpas passadas, de cumprir em nova vida o que não podemos fazer nesta, para nosso progresso (Cap. IV, e cap. V, nº 5).
Assim se explicam afinal todas as irregularidades aparentes da vida. É a luz que se projeta sobre o nosso passado e o nosso futuro, sinal evidente da tua justiça soberana e da tua infinita bondade.